A atividade jornalística é essencial para a democracia.
Um bom jornalista é capaz de analisar dados e cenários, relatar fatos e narrar boas histórias, trazendo à tona informações que muitas vezes estão escondidas.
Apesar de a graduação em Jornalismo não ser mais obrigatória para o exercício da atividade, ela é essencial para formar profissionais éticos, que contribuam na sociedade e produzam conteúdo com qualidade e de interesse público.
Mais do que saber escrever ou falar bem em frente às câmeras, o bacharel em Jornalismo deve entender os critérios que fazem com que um assunto seja notícia.
Além disso, este profissional deve também ter a capacidade de apresentar o assunto da forma mais completa possível, sem privilegiar um lado ou favorecer uma versão da história.
Quem quer fazer um curso de Jornalismo deve saber que a leitura será uma atividade que fará parte de sua vida para sempre.
Ter acesso a bons textos é fundamental para desenvolver o senso crítico e também para conhecer as bases teóricas da profissão que serão utilizadas na prática diária da profissão.
Por isso, no post de hoje vamos falar de oito livros que todo jornalista deve ler para exercer bem a sua profissão. Confira:
Qualquer estudante de Jornalismo ou profissional que está há tempos no mercado já deve ter ouvido falar da teoria da pirâmide invertida.
Ela fala sobre a forma de estruturar um texto jornalístico, trazendo as informações mais importantes para o início.
O livro “O segredo da pirâmide”, de Adelmo Genro Filho, aborda esse tema e discute teoricamente o conteúdo produzido pelos jornalistas.
A obra é bastante densa, pois utiliza referências da filosofia como base.
O livro foi escrito na década de 1980. Genro Filho foi jornalista, pesquisador e professor universitário. Ele faleceu em 1988. Sua obra está disponível no site.
Para ser jornalista não basta saber todas as regras da língua portuguesa e ter gramática na ponta da língua.
Existem inúmeras técnicas para escrever notícias e diferentes gêneros de textos jornalísticos.
Você sabe, por exemplo, a diferença entre notícia e reportagem? O que significa fonte jornalística, quais os tipos de fontes e como abordá-las durante entrevistas?
Todo esse conteúdo é tratado no livro “Teoria e Técnica de Reportagem, Entrevista e Pesquisa Jornalística”.
A obra é de autoria do também jornalista, pesquisador e professor universitário Nilson Lage, um dos principais nomes da área no Brasil.
Ela está disponível no site pessoal de Lage.
Uma das discussões mais frequentes no Jornalismo é a objetividade na produção das notícias e reportagens. É possível ser objetivo?
Ou a subjetividade do autor sempre influencia no texto? Como a história e as opiniões pessoais de quem está escrevendo interferem no conteúdo?
Esse é um dos temas discutidos no livro Teoria do Jornalismo, de Felipe Pena. Pena é jornalista, psicólogo, roteirista e professor, é autor de 16 livros e doutor em Literatura.
Liberdade de imprensa e ética jornalística também são temas discutidos na obra de Pena.
Este livro é constituído a partir de depoimentos deixados por Cláudio Abramo, um dos maiores jornalistas brasileiros, morto em agosto de 1987.
Seu testemunho descreve os processos, episódios e acidentes de que ele foi protagonista em sua trajetória, como responsável pela modernização dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo.
Compromisso com a verdade, lealdade com os cidadãos (não com os anunciantes do jornal) e independência em relação às fontes, verificação (tema bem atual em tempos de fake news).
Esses são alguns dos temas abordados pelos autores na obra.
O livro “Os elementos do jornalismo” foi publicado em 2003 e já discutia o fato de os órgãos de imprensa não conseguirem sobreviver só de suas receitas publicitárias (cenário agravado hoje em dia pelas mídias digitais).
Kovach e Rosenstiel são dois respeitados críticos de comunicação norte-americanos, e as reflexões feitas neste livro são essenciais para qualquer pessoa que queira exercer a profissão de jornalista.
Esta obra relata o assassinato de uma família na cidade de Holcomb, localizada no interior do estado do Kansas, nos Estados Unidos da América, da ideia inicial do crime até a execução dos assassinos
Capote foi um escritor, roteirista e dramaturgo norte-americano, escritor de vários contos, romances e peças teatrais.
O livro faz parte do movimento chamado Jornalismo literário, que incorpora no texto jornalístico características da literatura.
Como a descrição mais detalhada das cenas e a busca de uma apreensão menos esquemática do caráter dos personagens.
Gay Talese não é um livro, é um autor. Escreveu inúmeras obras e quem estuda Jornalismo ou trabalha na área deve escolher ao menos uma de suas publicações para leitura.
Talese foi um jornalista norte-americano que escreveu para o jornal The New York Times e para a revista Esquire nos anos 1960.
Ele contribuiu para a criação do Jornalismo literário. Entre os livros de Talese estão: “Fama e Anonimato”, “O reino e o poder”, “Vida de escritor”, “O Voyeur” e “Honra teu pai”.
O livro da professora de Psicologia Carol S. Dweck nada tem a ver com Jornalismo.
Mas em tempos em que a profissão está mudando tanto e muitos formados em Jornalismo estão se tornando empreendedores e migrando para o marketing digital, essa obra é bastante interessante.
A especialista da Universidade de Stanford desenvolveu, depois de décadas de pesquisa, o conceito de que o nosso sucesso está diretamente relacionado com a atitude mental com a qual encaramos a vida, chamada de mindset.
O livro faz parte da lista de obras indicadas por Bill Gates, fundador da Microsoft.
Ao montar essa lista de livros de jornalistas tentamos apenas dar um “start” para quem quer seguir na profissão.
Já que, como dissemos no início do post, quem trabalha na área certamente fará da leitura uma de suas melhores amigas.
Romances, ficção, livro-reportagem, livros técnicos, biografias, todo tipo de leitura é indicado para quem é jornalista.
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